08 Jan 2019
A maioria de nós não pensa duas vezes antes de pegar um copo de leite frio ou um potinho do nosso iogurte favorito para o lanche. No entanto, para alguns consumidores, os produtos lácteos provocam sintomas abdominais desagradáveis, como inchaço, náuseas, gases e diarreia. Isso porque eles não conseguem digerir a lactose, que é o principal carboidrato do leite.
Uma dieta saudável deve incluir uma grande variedade de tipos de alimentos
A lactose representa cerca de um terço da composição de sólidos do leite, mas não pode ser diretamente absorvida pelo sistema digestivo. O carboidrato é um dissacarídeo, o que significa que são dois açúcares: glicose e galactose. A enzima digestiva lactase, produzida no intestino delgado, tem a função de decompor lactose em glicose e galactose, que então podem ser absorvidas pelo intestino. As pessoas que não produzem lactase suficiente e, portanto, não conseguem decompor toda a lactose que consomem, podem sofrer os desagradáveis sintomas abdominais quando comem ou bebem lácteos que contenham lactose.
A intolerância à lactose ocorre com mais frequência nos adultos porque nossos corpos naturalmente começam a produzir menos lactase após a infância, quando nosso organismo depende menos do leite como fonte primária de alimento. Em alguns casos, ferimentos ou doenças também podem impedir temporariamente a produção de lactase pelo intestino delgado. E, em casos muito raros, há bebês que já nascem com o gene da lactase defeituoso, de modo que não produzem lactase e precisam de fórmulas nutricionais sem lactose desde o nascimento.
É importante entender que a intolerância à lactose não é o mesmo que uma alergia ao leite, a qual é uma resposta imune à proteína do leite de vaca. E embora os sintomas de intolerância à lactose causem desconforto considerável, eles não são perigosos. Muitas pessoas com algum grau de intolerância à lactose ainda produzem uma pequena quantidade de lactase e, portanto, podem continuar a consumir uma quantidade limitada de produtos lácteos sem problemas. No entanto, eles podem querer evitar totalmente os produtos lácteos, o que pode fazer com que percam uma importante fonte de nutrição.
Estimativas sugerem que cerca de dois terços das pessoas no mundo têm uma capacidade reduzida de digerir lactose após a infância. Há tendências ligadas à etnia, com a intolerância à lactose ocorrendo mais frequentemente em populações que tradicionalmente não consomem muitos alimentos lácteos. Por outro lado, a intolerância à lactose é menos comum em populações que têm dietas relativamente ricas em lácteos. As estatísticas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA sugerem que apenas cerca de 5% das pessoas no norte da Europa são intolerantes à lactose, por exemplo, enquanto a condição pode afetar mais de 90% dos adultos em alguns países do leste asiático.
A indústria de laticínios produz agora uma ampla gama de produtos sem lactose, como leites, pós nutricionais lácteos, iogurtes, manteiga, cremes e sorvetes, para que pessoas de todas as idades que tenham algum grau de intolerância à lactose possam ainda assim consumir seus produtos favoritos e tenham acesso a um importante grupo nutricional de alimentos. É um mercado global diversificado e em expansão, que os analistas da indústria estimam que poderá valer USD 17,8 bilhões até o final de 2027.
Então, como os laticínios produzem versões sem lactose dos nossos produtos lácteos favoritos? A maneira mais simples é adicionar a enzima lactase ao leite para que a lactose seja dividida em glicose e galactose antes de ser ingerida. No entanto, deixar toda a lactose no leite e apenas adicionar lactase resulta em produtos que sentimos que são mais adocicados, porque os componentes de galactose e glicose têm um sabor mais doce do que a própria lactose. Obter o sabor certo é um dos maiores desafios para os fabricantes de produtos lácteos com pouca ou nenhuma lactose.
As fábricas modernas atualmente removem parte da lactose do leite antes de acrescentar a lactase. Isso resulta em um produto final com uma doçura mais semelhante aos produtos que contêm lactose. Os consumidores podem até não serem capazes de distinguir qualquer diferença no sabor do leite e produtos lácteos sem lactose em comparação com aqueles feitos com leite contendo lactose.
O processo envolve o desnate e pasteurização do leite e, em seguida, o mesmo é passado através de plantas de filtração para remover uma parte da lactose. É possível usar uma variedade de diferentes métodos de filtração, incluindo microfiltração, nanofiltração, ultrafiltração e osmose reversa. A GEA possui experiência especializada em processamento de leite e trabalha com produtores de leite e fabricantes de lácteos em todo o mundo para configurar sistemas confiáveis de separação e filtração. Nossas soluções podem ser adaptadas para o fracionamento eficiente dos componentes do leite, que são usados em produtos como leite, iogurte e ingredientes lácteos.
Desenvolvemos uma ampla gama de equipamentos de processamento para a fabricação de leite e produtos lácteos com teor reduzido ou sem lactose. Nosso portfólio inclui sistemas versáteis de microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa, que são os sistemas de filtração mais comumente utilizados. O leite líquido é passado através das membranas de filtração, que retém a lactose, mas deixam passar as proteínas e a maioria dos outros componentes.
Os processos de filtração e separação podem, no entanto, também capturar parte do cálcio. Outro grande desafio para os fabricantes é garantir que a concentração de cálcio no produto final permaneça o mais próximo possível do leite integral, por isso que a GEA está se unindo aos laticínios para desenvolver processos com impacto mínimo sobre a concentração de cálcio e minerais nos lácteos sem lactose.
Também projetamos e instalamos tecnologias para a produção de leite sem lactose longa-vida (ESL), que tem um prazo de validade de até 40 dias sob condições refrigeradas, e leite UHT que pode ser armazenado sem refrigeração. Esses produtos são uma boa alternativa de salvação para bebês, crianças e adultos em regiões onde o acesso a lácteos sem lactose é pouco frequente ou onde o transporte e armazenamento refrigerado são problemáticos.
O desenvolvimento de tecnologias e soluções modernas de processamento está ajudando a indústria a fabricar lácteos nutritivos de alta qualidade para uma população global com necessidades dietéticas especiais. Na GEA trabalhamos arduamente para permanecer na vanguarda da inovação tecnológica, para que nossos componentes, equipamentos e processos possam ajudar a garantir uma fabricação eficiente e sustentável para esta e as futuras gerações.